Wednesday 30 April 2008

Impérios e Festa do Divino Espírito Santo



Construídos a pedra e cal nos terreiros das freguesias, constam de uma pequena casa colorida de trinta metros quadrados, tendo ao centro uma porta e janela e no interior um altar com um trono. A fachada, ergue-se em forma de ermida, cumulando com uma coroa de pedra e tem no tímpano uma pomba de pedra em relevo, com a legenda Glória ao Divino. Se a freguesia é muito dispersa e muito extensa há por vezes mais de que um império, havendo freguesias em que se contam dois, três e quatro impérios. Anexo ao império ou desviado dele, mas sempre nas proximidades, há a despensa, edifício onde se arrecada o pão, a carne, o vinho e todos os utensílios do império. Junto à despensa ergue-se um mastro onde se iça uma bandeira em todos os Domingos, a partir do Sábado de Aleluia até à segunda-feira seguinte ao Domingo da Trindade.


Nas freguesias rurais, os impérios constituem propriedades do povo desses aglomerados populacionais. Aos chefes das famílias e aos filhos varões maiores de idade compete a administração dos impérios, para os bodos (entrega de carne e pão aos mais necessitados) e festejos a realizar nos Domingos de Pentecostes e da Santíssima Trindade, havendo uma comissão para cada império. Este é um ritual que remonta à Idade Média
e que se tem repetido ao longo dos séculos com um sentimento profundamente religioso.

Saturday 26 April 2008

Eta Solinho Bom!

Hoje na baía de Angra...


Nota: A (falta de) qualidade da fotografia deve-se ao meu telemóvel...

Thursday 24 April 2008

Trabalho Árduo

Hoje estive no laboratório das 8h30 às 18h15, com 30 minutos de almoço. Primeira a entrar e penúltima a sair ;).

A vida é dura... mas amanhã é FERIADO!!


Saturday 19 April 2008

Interfruta II

Terminou hoje o I Congresso Regional de Fruticultura e Viticultura que incidiu sobretudo na apresentação dos resultados do projecto Interfruta II. Este projecto é financiado pelo programa INTERREG III-B e está a ser desenvolvido nas Ilhas da Madeira, Tenerife (Canárias) e Terceira (Açores), ou seja, na Macaronésia.



Trata-se de um estudo integrado que envolve biotecnologia, climatologia, fenologia, problemas fitossanitários, pragas-chave e fauna auxiliar com o objectivo de melhorar os conhecimentos sobre as culturas de macieira, bananeira, castanheiros e vinha, de forma a promover a fruticultura e viticultura nas três regiões insulares. Em particular na Terceira, pretende-se difundir a ideia que a fruti e viticultura podem ser uma alternativa à mono-cultura da vaca (adorei esta expressão!).

Os temas debatidos foram tão diversificados como:
  • A Biotecnologia no desenvolvimento da fruticultura e viticultura
  • A evolução da protecção das culturas e o aproveitamento da biodiversidade: análise de casos de estudo
  • Infecção viral da vinha nos Biscoitos (região a norte na ilha Terceira)
  • Caracterização do património genético vitícola nacional com base em marcadores moleculares
  • Influência do tipo de rega e solos, (não) utilização de pesticidas
etc etc etc... (foram cerca de 30 apresentações, 15 min (mais coisa menos coisa...) cada)

Foram três dias de debate entre investigadores (universidade dos Açores, Imperial College, ISA, UTAD, univ. Madeira, univ. de la Laguna, Esc. Sup. Agrária de Coimbra e Ponte de Lima), técnicos, produtores, agricultores e cooperativas.

O congresso foi um sucesso e aprendi imenso.
Foi óptimo ver na prática como juntando esforços de know how, não repetindo os erros dos outros, se consegue resultados muito positivos no desenvolvimento destas regiões. E ver pessoas tão distintas a discutir questões mais ou menos "académicas", mais ou menos "práticas", dando o seu contributo no projecto com toda a dedicação e empenho.

Pelo meio houve almoços/jantares oferecidos pelos presidentes de câmara de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, e pelo representante da república para a região autónoma dos Açores, visitas turísticas por Angra e pelos pomares e vinhas dos Biscoitos. A prova que os açorianos - e particularmente os terceirenses - sabem receber as pessoas "lá de fora" (sejam ingleses, espanhóis, madeirenses, ou "do contenente") muito bem.

Notícia aqui.

Wednesday 16 April 2008

Primeiros 15 dias em Angra

  • A chuva, o sol, a chuva, o vento, o sol, a chuva, o sol, o nevoeiro, a chuva;
  • Vacas (muitas vacas!), cavalos, éguas, póneis, poldros, barbados, o melro que está sempre no quintal qual animação de estimação;
  • Além do sotaque terceirense impossível de descrever por palavras, as expressões "estou-me consolando", "é de morte!", "belíssimo!", "muito obrigado à senhora", "aquele moço não é discreto" [que é como quem diz não é bom da cabeça], "um tanto bom";
  • O supermercado Guarita;
  • O ir experimentar aulas aos ginásios dos hotéis do Caracol e do Terceira-Mar;
  • A semana do touro e do cavalo e respectivas festividades (incluiu exibições dos ditos bichos, tendinhas, filarmónicas e sevilhanas);
  • O jipe e o carro a cair de podre e as ruas íngremes, escorregadias e de paralelepípedo do centro histórico;
  • Os condutores, as rotundas (quadradas, ovais, com e sem prioridade...) e os "tunnings";
  • O (mini) pólo da Universidade dos Açores na Terra-Chã (perto de Angra), e os laboratórios rodeados de montes, vacas e muita natureza, e os novos colegas de trabalho do Centro de Biotecnologia e Dpt de Ciências Agrárias;
  • As finanças e o cartão de cidadão;
  • A senhoria D. Marília que só por si dava para escrever um livro cómico.


Mais notícias em breve!

Nota final: PARABÉNS PAI! :)

Angra do Heroísmo

Cidade Património Mundial no meio do Atlântico!






Wednesday 2 April 2008

Nota rápida

Já cheguei!
Estou sã e salva na Terceira, mas ainda sem internet em casa, só no trabalho, pelo que não posso actualizar o blog com muita frequência.
Mas por enquanto ainda não há grandes novidades para contar, apenas o normal de quem chegou a uma nova cidade há poucos dias. Estou a reconhecer o terreno ainda e a ambientar-me à nova realidade. :)